terça-feira, 21 de abril de 2009


MESTRE DAS TRILHAS (.....QUINCY JONES.....)

http://www.youtube.com/watch?v=gSFwD3vlyiM

Combinando música popsoulhip-hip-hopjazz, clássica, africana e até mesmo brasileira em fusões originais e extraordinárias, Quincy Jones pode ser classificado como "um mestre inventor de híbridos musicais". Mas além  disso, este notável artista foi o pioneiro dos negros norte-americanos em muitas áreas do show business. A lista das atividades nas quais se consagrou é longa: showman, compositor de trilhas sonoras, arranjador, regente, instrumentista, ator, produtor de discos, editor de revistas, produtor de televisão, executivo de gravadora e ativista social.

Quincy Delight Jones, Jr., conhecido por seus amigos como "Q," nasceu em um subúrbio de Chicago. Aos dez anos de idade, juntamente com seu pai e sua madrasta, mudou-se para Bremerton, Washington, um subúrbio de Seattle. Sua paixão pela música começou já na escola primária, e experimentou todos os instrumentos da banda de sua escola antes de escolher o trompete. Ainda adolescente, Quincy tornou-se amigo de um cantor-pianista local, apenas três anos mais velho que ele - Ray Charles. Os dois formaram uma banda, que eventualmente se apresentava em pequenos clubes e festas de casamento. Aos dezoito anos, o jovem trompetista ganhou uma bolsa de estudos no Berklee College of Music em Boston, mas abandonou-a em seguida ao receber a oferta para cair na estrada com o 
bandleader Lionel Hampton. O trabalho com Hampton levou-o a atuar como um arranjador freelancer. Jones estabeleceu-se em Nova York onde, durante os anos 50, compôs para Tommy Dorsey, Gene Krupa, Sarah Vaughan, Count Basie, Duke Ellington, Dinah Washington, Cannonball Adderley e seu velho amigo Ray Charles.

Em 1956, Quincy Jones foi trompetista e diretor musical na banda de Dizzy Gillespie, em uma turnê pelo Oriente Médio e África do Sul patrocinada pelo governo norte-americano. Após retornar aos EUA ele gravou seus primeiros álbuns como bandleader, para a Paramount Records. Em 1957 Quincy mudou-se para Paris, onde estudou composição com Nadia Boulanger e Olivier Messiaen, e trabalhou como diretor musical para a Barclay Disques, distribuidora na França da gravadora Mercury. Como diretor do musical de jazz "Free and Easy", Quincy Jones botou novamente o pé na estrada. Sua turnê européia encerrou-se em Paris, em fevereiro de 1960. Com músicos do show, Jones formou sua própria big band, com 18 instrumentistas - e suas famílias. Seus concertos na Europa e Estados Unidos entusiasmaram as audiências e mereceram críticas elogiosas, mas a renda destes concertos não foi suficiente para manter uma banda daquele tamanho e ela teve de ser dissolvida, deixando Jones cheio de dívidas.


Após um empréstimo pessoal do chefe da Mercury Records, Irving Green, que ajudou a resolver suas dificuldades financeiras, Jones voltou a Nova York para trabalhar como diretor musical da gravadora. Em 1964  foi nomeado vice-presidente da Mercury Records, o primeiro afro-americano a atingir um cargo executivo em uma companhia de brancos. No mesmo ano, Quincy Jones voltou sua atenção para outra área musical há muito fechada para os negros - o mundo das trilhas sonoras de filmes. Convidado pelo diretor Sidney Lumet, ele compôs a partitura original de 
The Pawnbroker (O Homem do Prego). Foi o primeiro dos 33 scoresque compôs para filmes de grandes estúdios. Após o sucesso de The Pawnbroker, Jones deixou a Mercury e mudou-se para Los Angeles. Seu próximo score foi para The Slender Thread, estrelado por Sidney Poitier, e logo ele era um compositor de cinema muito requisitado. Os filmes para os quais compôs nos cinco anos seguintes incluem Walk Don't RunIn Cold BloodIn the Heat of the Night (o premiado drama policial estrelado por Poitier e Rod Steiger, No Calor da Noite), sua continuação They Call me Mr. TibbsA Dandy in AspicMacKenna's GoldBob and Carol and Ted and AliceThe Lost Man (também com Poitier), Cactus Flower, e The Getaway (Os Implacáveis, de Sam Peckinpah). A música "Soul Bossa Nova", de seu álbum de 1962 Big Band Bossa Nova(que contou com a participação de Lalo Schifrin ao piano), acabou consagrando-se em 1997 como o tema da comédia de grande sucesso Austin Powers. Para a televisão, Quincy compôs a música tema de Ironside (Têmpera de Aço, o primeiro tema de TV com uso proeminente de sintetizador), Sanford and Son, e The Bill Cosby Show. Os anos 60 e 70 também foram anos de ativismo social para Quincy Jones. Ele foi um dos maiores patrocinadores do "Dr. Martin Luther King, Jr.'s Operation Breadbasket", uma campanha para promover o desenvolvimento econômico de cidades do interior. Após a morte de Luther King, Quincy Jones apoiou a campanha do Rev. Jesse Jackson "People United to Save Humanity" (PUSH).

Já tendo produzido os primeiros álbuns dos talentosos Brothers Johnson (que debutaram no disco Mellow Madness), Jones voltou ao estúdio para produzir o primeiro álbum solo de  Michael Jackson, Off the Wall. Oito milhões de cópias foram vendidas, tornando Jackson um superstar internacional e Quincy Jones o mais destacado produtor de discos de Hollywood. A dupla reuniu-se novamente em 1982 para fazer Thriller, o disco mais vendido da história - 30 milhões de cópias ao redor do mundo - e que colocou seis singles nos 10 primeiros lugares das paradas de sucesso, entre eles "Billie Jean", "Beat It" e "Wanna Be Startin' Somethin'". Sua estréia como executivo no cinema veio em 1985, quando co-produziu a adaptação de Steven Spielberg do livro de Alice Walker, The Color Purple (A Cor Púrpura). O filme, para o qual Jones compôs a trilha, recebeu 11 indicações ao Oscar e apresentou Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey para o público dos cinemas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário